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Nunca tive medo de me mostrar. Você pode ficar escondido em casa, protegido pelas paredes, mas você tá vivo, e essa vida é pra se mostrar. Esse é o meu espetáculo! Só quem se mostra se encontra, por mais que se perca no caminho.. ( Cazuza )

domingo, 14 de novembro de 2010

Frio


Caminhando pelas ruas eu vou. Caminhando na chuva. A minha capa chuva já não me protege de tudo. As gotas caem e escorrem. Caem no meu rosto, no meu nariz, já nem me importo mais, está gelado, esta tudo gelado, e as gotas dessa chuva fria, estão quentes. Andando com a minha capa de chuva, minhas botas pretas, minhas luvas amarelas, com o tic-tac do meu relógio, e o tempo parado. Nada se mexe, nada muda, somente eu, sozinha. E a chuva rola, e lava.
De repente arrancam de mim capa de chuva, botas pretas e luvas amarelas, só me resta o relógio. E dizem que já era hora de entrar na chuva! Disseram-me que já é hora da minha pele sentir e ver que não machuca tanto assim. E me jogam no meio da rua, no meio da tempestade. Encharco. Gosto. Já não tento me proteger, não estou me encolhendo mais, entregue a esse rio que cai do céu. Estranho, essa água que traz leveza, leveza de levar, levar tudo que não traz o bem, bem que tem gosto doce, doce gosto de viver... Que chuva gostosa é essa que alguns insistem em dar nome? Vida. (LB)