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Nunca tive medo de me mostrar. Você pode ficar escondido em casa, protegido pelas paredes, mas você tá vivo, e essa vida é pra se mostrar. Esse é o meu espetáculo! Só quem se mostra se encontra, por mais que se perca no caminho.. ( Cazuza )

sexta-feira, 22 de abril de 2011

16:45h


               Ele sempre a amou, a certa distância. Distância essa confortável, da janela de seu quarto. Todos os dias às 16h45min não o chamem, estará ocupado. Ela voltaria do treino de ginástica. Linda. Não tinha olhos azuis ou as mais belas curvas, mas era a mais linda. Todos os dias. Rabo de cavalo, uniforme azul turquesa e um lindo sorriso. Nunca a ouviu falar, mas tinha a sensação que sairia flores ou invés de palavras. Podia imaginar, quase sentir seu hálito doce. E ele a amava, a beijava, a tocava, a cheirava... Nos seus mais belos sonhos acordado. Escrevia cartas que não mandava. Inventava músicas que não cantava. Poemas que nem se quer relia. Tantas flores e caixas de bombons apodreciam no armário. Ele achava um lixo, as cartas, as músicas, as flores, ele era um lixo. Nunca seria bom suficiente pra ela. Às 16h45min será sempre a melhor hora do dia para ele.
                Certo dia ela não passou, nem no dia seguinte e nem nas próximas duas semanas. Enlouquecido de preocupação, tomou coragem e foi a sua casa. Ao chegar chamou e ninguém atendeu. Pensou em pular a grade, mas a vizinha o interrompeu. Ela informou que a filha da dona fora internada no hospital da cidade... Sem se quer terminar de ouvir a moça, partiu em disparada ao hospital. Chegou suado e sem fôlego. Lágrimas misturadas ao suor. Estava ela deitada, careca e com um curativo na cabeça. Tinha câncer e já não havia mais o que fazer. Ele a viu linda e quanto mais se aproximava mais linda a via. Ela deu um leve sorriso e disse que o esperava. Surpreso ele disse que ela não o conhecia. Uma roca gargalhada surgiu dos lábios da garota. Ele avermelhou. Ela o chamou e começou a contar-lhe uma história.
                -Há três meses descobri que tenho câncer. Há três meses eu não treino ginástica. Todos os dia visto-me para passar em frente a sua casa. Eu paro, abro um sorriso e pelo canto do olho o vejo olhando e sorrindo para mim. Às 16h45min passou a ser a minha hora predileta do dia. A única hora que não sinto pena de mim. Quando sou amada e amo também. Por isso que eu te esperava.
                Já com lágrimas rolando na face ele pergunta: - Me esperava pra quê?
                Ela sorrindo responde:- Para lhe dar meu ultimo sorriso.
                Terminando de dizer isso, ela encosta-se ao colo dele. E adormece profundamente, para nunca mais acordar. Com ela em seus braços ele promete nunca esquecê-la. 16h45min passou a ser a hora mais vazia do dia dele. (LB)

9 comentários:

  1. Nossa, que triste =/ Ando sensível demais com histórias assim viu.

    Beijos da Flor

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  2. Olá
    Vim retribuir a vista e que blog lindo encontrei...bem escrito, bem pensado...
    Linda história, é sua mesmo?
    Beijos

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  3. tem selinho pra vc no nosso blog :)

    http://chooseelas.blogspot.com/2011/04/selinho.html

    :*

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  4. oii estamos te seguindo , segue nosso blog !!
    http://mundofashionbej.blogspot.com/

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  5. Farpas , pregos, nuvens e oracoes ... tudo o que ainda pode ser.

    http://ofalsomendigo.blogspot.com/

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  6. Olá
    Vim visitar seu blog e vi que não atualizou desde a ultima vez que vim...tá tudo bem? Beijos

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  7. Esse post me lembra aquela velha música do Radiohead: "I'm a creep, I'm a weirdo..." ♪
    Volte a atualizar, menina. Não faça como eu, que abandona o blog periodicamente. Suas narrativas são muito boas!

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  8. Oi florzinha, parou mesmo de escrever né?
    Uma pena =/ Seus textos são lindo!
    Beijos

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